8 de julho de 2013

Democracia participativa: para entender um pouco mais



A partir da nova Constituição Federal de 1988 essa nova forma de participação encontra seu lugar no país, começando da construção da própria Constituinte, por meio do movimento “Participação Popular na Constituinte”, que elaborou emendas populares à Constituição e coletou subscrições em todo o país. E esses movimentos conseguiram inclusive a garantia do direito de participar, por meio do artigo 1° da Constituição que diz: “Todo poder emana do povo, que o exerce indiretamente, através de seus representantes eleitos, ou diretamente, nos termos desta Constituição”.

A CF/88 prevê mecanismos importantes para a participação popular como o plebiscito, o referendo, a iniciativa popular, as tribunas populares, os conselhos, o poder do veto e outros tantos canais/instrumentos institucionais.

Nos anos 90, cresce o número de coletivos atuantes nas causas dos direitos humanos, meio ambiente e em políticas públicas diversas como habitação, saúde e educação, tendo destaque os de defesa dos direitos da Criança e Adolescente e de assistência social.

A partir daí, novos instrumentos de democracia participativa foram sendo disseminados na cultura do país, como o Orçamento Participativo, o Planejamento Participativo, as Conferências temáticas, os Fóruns, propiciando um fortalecimento da própria democracia representativa, que tem seus atos chancelados pela participação efetiva da sociedade.

Coletivos provenientes da classe média também se articulam no início do século XXI e, foi nesse contexto que surgiram os movimentos por cidades justas e sustentáveis, dos quais o Movimento Nossa BH, do qual sou voluntária, faz parte.

Impulsionados pelas deficiências da democracia representativa, pelo desejo de uma sociedade que tenha como foco a sustentabilidade em todas as suas dimensões (econômica, social, ambiental) e a justiça social, formados por professores, empresários, ativistas e especialistas diversos, trabalham como instrumentos de gestão avançados como plano de metas, indicadores sociais e técnicas de controle social.

Acompanhando a gestão pública desde o planejamento até a execução orçamentária, participando dos espaços públicos existentes e propondo projetos ao legislativo, os movimentos vêm também apoiando os demais coletivos existentes nas cidades, por meio dos dados que coletam e disseminam, fomentando uma cultura de controle social efetiva e especializada.

Participar da vida pública não é uma virtude. É uma responsabilidade que cada cidadão e cidadã devem exercer. Que sejam bem vindos os atuais manifestos. Mas que, com eles, mais e mais brasileiros e brasileiras se dediquem ao dever cidadão de cuidar de seu bairro, de sua cidade, de seu país.

A nova geração acordou? Então vem fazer a lição de casa. Nós, dos movimentos, estamos esperando de braços e corações abertos.